Este blog apenas reporta a realidade, sem seguir cartilhas políticas ou ideológicas, nem apoia extremismos de esquerda ou direita.Não toma partido em questões geo-políticas(sem deixar de condenar crimes de Guerra) .
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George Orwell: “The point is that we are all capable of believing things which we know to be untrue, and then, when we are finally proved wrong, impudently twisting the facts so as to show that we were right. Intellectually, it is possible to carry on this process for an indefinite time: the only check on it is that sooner or later a false belief bumps up against solid reality, usually on a battlefield.”
O eterno pântano de António Guterres Guterres continua a ser o mesmo. Hoje, só há uma mudança de escala. A diferença entre o “pântano político” dos anos 2000 e o pântano moral desta semana é a distância que vai de Lisboa a Nova Iorque.
O elogio da incompetência Guterres comprometeu o papel da ONU, mas é um dos favoritos para as presidenciais. O colapso do SNS e a TAP são o espelho do marasmo socialista, mas Costa anseia pela Europa e Pedro Nuno por São Bento
29 out. 2023, 00:18 no Observador
Há dias o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez as seguintes declarações: “É importante reconhecer também que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo. O povo palestiniano foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante”.
Por uns momentos Guterres esqueceu-se que não era uma pessoa com uma conta no Twitter, mas o secretário-geral das Nações Unidas. Que o seu papel é mediar conflitos. Procurar consensos. E o que fez ele? Simplesmente, sugeriu que os actos terroristas do Hamas, no passado dia 7, se justificam pelo que Israel fez ao povo palestiniano nos últimos 56 anos. Perguntar-me-ão: é mentira? Por acaso é porque os palestinianos estão sequestrados pelo Hamas e não por Israel. Mas, foquemo-nos neste ponto: é essa a função do secretário-geral das Nações Unidas? Não é. O seu papel seria o de mediador entre Israel e os Estados árabes, na tentativa de estes reconhecerem a existência do Estado judaico e então, sim, pressionar Israel a ceder territórios para o novo Estado Palestiniano.
Mas não foi isso que fez. Preferiu ficar-se por uma sugestão grave com interpretações várias. A pior delas é que o Holocausto também não nasceu do vácuo. Nenhum mal, por muito absoluto que seja, nasce do vácuo, mas não deixa de estar errado, de ser horrendo e deve ser denunciado. Naturalmente, António Guterres não se vai demitir, mas o seu mandato ficou definitivamente comprometido, o que já é suficientemente grave. Guterres cometeu um erro de palmatória e a ONU vai precisar de muitos anos e muito trabalho para recuperar. As suas declarações constituem um erro grosseiro de um homem permeável que mostrou falta de tacto quando esta é uma das qualidades mais importantes num político.