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Este blog apenas reporta a realidade, sem seguir cartilhas políticas ou ideológicas, nem apoia extremismos de esquerda ou direita.Não toma partido em questões geo-políticas(sem deixar de condenar crimes de Guerra) .

Este blog apenas reporta a realidade, sem seguir cartilhas políticas ou ideológicas, nem apoia extremismos de esquerda ou direita.Não toma partido em questões geo-políticas(sem deixar de condenar crimes de Guerra) .

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31
Mai23

A Realidade do Globalismo

O apartidário

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Os novos senhores do mundo não precisam de governar directamente.Os governos nacionais encarregam-se de administrar os negócios por conta deles.A nova ordem é a unificação do mundo num único mercado.Os Estados mais não são do que empresas,com gerentes(mais Centro-esquerda ou mais Centro-direita) a fazer a vez de governos,e as novas alianças regionais parecem mais fusões comerciais do que federações políticas. In livro "A 4ª Guerra Mundial Já Começou".
 

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Os três grandes concorrentes(incluindo a Russia e a China,e ainda a frente islâmica internacional) pelo poder global no link a seguir 

 https://www.passeidireto.com/arquivo/63561597/as-tres-elites-globalistas

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- Sejamos francos e objetivos: a estratégia diretriz das oligarquias cosmopolitas é disseminar o caos e a desestabilização social. A palavra de ordem das classes falantes progressistas é desconstruir e desmitificar todos os valores e instituições tradicionais. Parece que, conscientemente ou não, ambas trabalham para atingir um mesmo objetivo.

(mais no link https://medium.com/@cesarranquetatjr/os-liberais-globalistas-e-agenda-cultural-da-esquerda-115ce0616672 )

30
Mai23

842 Mergulhadores em Sesimbra

O apartidário

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Mais de 800 mergulhadores quebraram no sábado em Sesimbra, distrito de Setúbal, o recorde do Guinness de maior número de envolvidos numa limpeza subaquática em 24 horas, adiantou hoje à agência Lusa a associação Oceanum Liberandum.

A organização sem fins lucrativos portuguesa conseguiu reunir 842 mergulhadores no Porto de Sesimbra, batendo o recorde anterior de 633 mergulhadores alcançado em 2019, na Florida, nos Estados Unidos.

De acordo com a cofundadora e presidente da ONG, Débora Laborde, a iniciativa retirou do fundo do porto de Sesimbra cerca de sete toneladas de lixo.

“Quebramos dois recordes do Guinness. A maior limpeza subaquática do mundo em 24 horas e quebramos o de maior frase do mundo com material reciclável”, indicou.

A frase formada com 5.253 peças de material reciclável dizia: “Oceanum Liberandum em defesa dos oceanos, Sesimbra”.

Do sapo 24 actualidade 

28
Mai23

Viés de Confirmação(o que é afinal?)

O apartidário

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Temos visto, nos últimos anos processos de mobilização política e defesa de teses que têm sido descritos, pelos dois lados em que se divide o espectro de ideias no país e no Ocidente em geral, como permeados de dissonância cognitiva —atribuindo a insuficiência sempre ao outro lado. Ora, o que é mesmo dissonância cognitiva e quem, de facto, tem sido contaminado por essa moléstia?

Na verdade, consiste num processo que pode gerar uma forma de cegueira situacional que não nos permite ver o que é contrário ao nosso conjunto de crenças, ou, como colocava Leon Festinger, ocorre quando, na busca de coerência entre o que pensamos e o que observamos, entramos em conflito interno.

Para solucioná-lo, é tentador eliminar a informação dissonante, negando parte da realidade ou inventando uma explicação aparentemente lógica para o fenômeno.

Infelizmente, os dois lados padecem do mesmo mal. A preguiça mental de certa cidadania frágil leva a negar o que não se encaixa num arcabouço explicativo que busca ter respostas para tudo ou que nos é fornecido por líderes que pensam por nós.

Mas, infelizmente, o ser humano não é um sistema estruturado, e a vida em sociedade menos ainda. A busca de sistemas explicativos abrangentes não têm trazido soluções fáceis ou guias de ação para qualquer situação e menos ainda nos permite dividir a humanidade, de forma clara, entre os bons e os maus.

Certamente, a sensação de injustiça deve ser expressada com contundência, assim como a de impunidade, mas uma cidadania crítica não deveria resultar em negação de diálogo com quem vê as coisas de forma diferente ou, pior ainda, com a própria realidade. Política não é torcida de futebol.

Recordamos como a esquerda francesa se dividiu frente à revelação dos crimes de Stálin ou os maoistas quando começaram a ser divulgados os crimes da Revolução Cultural: muitos não quiseram acreditar, julgando ser estratégia diversionista da direita.

Análise séria dos factos e dos riscos que vivemos não farão mal a ninguém. Temos um futuro a construir enquanto ainda é tempo!

Fonte: “Folha de S. Paulo”, 13/04/2018

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“Nossas crenças não repousam pacificamente em nossos cérebros esperando serem confirmadas ou negadas pela informação que recebemos. Pelo contrário, elas agem activamente modificando a forma como vemos o mundo.
—Richard Wiseman
 
 

https://phylos.net/2020-06-09/vies-de-confirmacao

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O relativismo pós-moderno https://farescamurcafurtado.wordpress.com/2018/08/14/tudo-e-relativo-mesmo-1/

Uma analogia entre a teoria da Relatividade de Albert Einstein e o Relativismo da Sociedade Pós Moderna

https://pt.linkedin.com/pulse/uma-analogia-entre-teoria-da-relatividade-de-albert-einstein-andrade

 

Ideologia de género – a agenda por trás do respeito

Disfarçados de defensores da pluralidade, são no fundo impositores de uma ideologia totalitária quando dizem que a identidade de género é apenas uma construção social.

Há quase dois anos, a 9 de julho de 2021, aqui no Observador, escreveu-se sobre a Lei n.º 38/2018 de 7 de Agosto – “Direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção das características sexuais de cada pessoa”.

Essa lei, e o seu tema, foram propositadamente tratados para passarem despercebidos à maioria dos cidadãos comuns. Pouco ou mesmo nada se ouviu ou discutiu publicamente, quer nos media, quer nas escolas. No entanto, no ano seguinte, 2019, novamente em plenas férias letivas, saiu o Despacho n.º 7247/2019 que estabeleceu “as medidas administrativas para implementação do previsto no n.º 1 do artigo 12.º da Lei n.º 38/2018, de 7 de agosto”.

Também não houve comentários públicos sobre o assunto, tudo passou pelos pingos da chuva. Propositadamente.

 

Ainda no passado dia 17 de maio foram apresentadas e discutidas, na Assembleia da República, as propostas de Projetos de Lei do PS, L, IL e PAN. Sobre isto, houve algum órgão de comunicação social que tenha noticiado?

Vimos por estes dias luzes da bandeira LGBT+ na fachada Assembleia da República e até na da Câmara Municipal de Lisboa. Será que não há quem estranhe tal cedência à ditadura da minoria? O que se deseja não é respeito? A quem serve esta agenda ideológica?

Como disse Helena Matos, “não duvido que a esmagadora maioria dos portugueses rejeita o que está a acontecer com as crianças nas escolas no âmbito da chamada autodeterminação de género, mas cala-se. Então porquê o silêncio? Porque é muito mais difícil ser tratado como herege do que como opositor.”

Também não duvidamos que assim seja, por isso mesmo recomendamos ler o texto “A coragem, o colibri e o comodismo”.

Mas, uma vez que o projeto de lei do PS que estabelece as medidas a serem adotadas nas escolas relativas à autodeterminação de género foi aprovado, parece-nos útil esclarecer e trazer a debate um tema tão fraturante que está a ser introduzido em forma de doutrinação nas escolas estatais portuguesas, sem que a maioria dos pais se apercebam. Para além disso estão previstas verbas próprias para os comissários de género. Ou seja, uma escola onde nem sempre há papel higiénico, que sofre com a falta de verbas para, por exemplo, dar cumprimento ao designado no Decreto-Lei 54/2018, verá ser aprovada uma verba especificamente para a doutrinação das crianças. Ilógico, mas propositado. Faz parte dos desígnios dos que se consideram moralmente superiores, tolerantes de cinco estrelas, que ainda assim atacam todo e qualquer um que se oponha, como aconteceu com a família Mesquita Guimarães.

A ideologia de género tem sido um tema controverso nos últimos anos, especialmente quando se trata do seu impacto nas escolas e na saúde mental das crianças e jovens. Em Portugal, essa discussão tem sido, propositadamente, afastada do debate público, mas ainda assim são muitos os autores e psicólogos que têm alertado para os perigos que essa ideologia pode trazer.

Parece-nos importante esclarecer o que é a ideologia de género. Esse termo refere-se à ideia de que as diferenças de género são apenas construções sociais e culturais e não algo biológico e natural. Ou seja, acredita-se que as pessoas nascem sem um género definido e que são apenas influenciadas pelas normas e expectativas sociais em relação ao que é ser homem ou mulher.

O problema com essa ideologia é que ela ignora as diferenças biológicas entre homens e mulheres e nega a importância do sexo biológico na formação da identidade de género.

Essa abordagem nega a importância da biologia e das diferenças individuais na formação da identidade de género. Por essa razão, somos contra a ideologia de género nas escolas, pois consideramos que essa ideologia é uma ameaça à liberdade e à diversidade de opiniões nas escolas. Disfarçados de defensores da pluralidade, são no fundo impositores de uma ideologia totalitária, quando dizem que a identidade de género é apenas uma construção social, que procura impor uma visão única sobre o mundo.

Os perigos da ideologia de género nas escolas vão além da formação da identidade de género das crianças. Essa abordagem também pode ter um impacto negativo na saúde mental das crianças e jovens e por vezes levar ao suicídio.

Um estudo publicado na revista científica The New Atlantis, que analisou a literatura científica sobre o assunto, concluiu que não há evidências científicas que comprovem a eficácia da ideologia de género nas escolas. Além disso, o estudo alertou para o facto de que essa abordagem pode levar a confusão, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental nas crianças e jovens.

Convém por isso lembrar que a escola tem um papel fundamental na promoção da igualdade de género e no combate à discriminação e à violência de género. Mas isso não significa que deva ser promovida a ideologia de género. Ao contrário, é possível promover a igualdade de género de uma forma que respeite a individualidade de cada criança e jovem e que não negue a importância da biologia e das diferenças individuais na formação da identidade de género.

Para isso, é necessário que os professores e especialistas em saúde mental estejam abertos ao diálogo e à reflexão sobre esse tema. É importante ouvir diferentes perspetivas e opiniões e definir uma abordagem que respeite a individualidade de cada criança e jovem, que promova a igualdade de género de forma saudável e respeitosa. Para quem ainda tem dúvidas sobre as intenções desta agenda ideológica, relatamos aquilo que se passa também em Itália, cuja similaridade com o que se passa em Portugal não pode ser considerada coincidência.

No dia 17 de maio, em Itália, celebrou-se a Jornada contra a homofobia. Esta jornada foi o ideal para, mais uma vez, promover a introdução da ideologia de género nas escolas italianas através de centenas de iniciativas, pagas com o dinheiro dos contribuintes italianos, e levadas a cabo pelas intocáveis associações LGBT+.

É simplesmente impressionante, e ao mesmo tempo assustador, a quantidade de iniciativas deste género – obviamente com apoios políticos muito bem definidos – realizadas nas escolas italianas e portuguesas muitíssimas vezes sem que os próprios pais o saibam e levadas a cabo por associações como a omnipresente ArciGay, em Itália, ou a rede ex aequo, Portugal, com a desculpa do combate à discriminação e ao bullying (e dizendo que existe uma emergência nacional de violência contra as pessoas LGBT+), tese que peca por não ser provada com dados estatísticos credíveis. A pressão é tão grande que, por exemplo, a Câmara Municipal de Roma obrigou o pessoal docente a frequentar um curso que promovia a teoria de género. Quando veremos isto cá por Portugal?

Em Itália, como cá, o que mais tem suscitado polémica é a nova moda das casas de banho “neutras”, assim como a possibilidade que a escola dá aos alunos de serem chamados segundo a perceção de si próprios, portanto uma menina que se sente menino ou uma jovem que se sente rapaz tem que ser chamada com o pronome e o nome masculino que escolheu, mesmo sendo ainda contrário à lei italiana. No caso português, a lei está a ser alterada para levar a cabo esta ideologia.

Infelizmente, o que vemos é que esta ideologia é apoiada por muitos professores – e a força da lobby LGTB é tão grande que, por exemplo, em Itália são já 200 as escolas que consentem aos alunos a possibilidade de mudar de nome. E esta “moda” está a impor-se um pouco por todo o ‘Ocidente’, contaminando até países considerados socialmente mais conservadores, como a Itália e Portugal. E quem tenta opor-se à “escola progressista woke” e ao pensamento único genderista-homosexualista e à neo-língua tem direito a ‘tratamento especial’: discriminação, processos, acusações de descriminação, despedimento. A fúria ideológica do progressismo é violenta, fascista e não poupa ninguém: docentes universitários, empresários, jornalistas, professores, simples cidadãos. Por exemplo, no Canadá até um pai foi preso por se ter recusado identificar a filha com o pronome masculino. Tudo em nome da inclusão (e da tolerância)!

Contra este perigo, apesar de termos à nossa frente um lobby potente, violento, sem escrúpulos e de facto fascista nos seus métodos e disposto a tudo para levar a cabo a sua agenda e o próprio programa, há que fazer frente comum, pois felizmente há ainda muitos profissionais e muitos pais e cidadãos de bom-senso: o caminho a seguir é informar-se, informar, sensibilizar, consciencializar, debater e tentar abrir brechas na verdadeira ditadura do Pensamento Único, que reina nos media, nas instituições, nas escolas. Para o bem dos nossos filhos.

 Alberto Veronesi e Marco Veronesi no Observador 
28
Mai23

Os Jogos Sem Fronteiras do Século 21

O apartidário

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No último quarto do século 20 os Jogos sem Fronteiras eram assim(primeira imagem acima)

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Já actualmente são mais como se reporta  no seguinte artigo do sapo actualidade

( e nas imagens 2 e 3) . 

Portal do SEF permite documentos em branco para autorizações de residência e requerentes podem permanecer dois anos com esse pedido Segundo noticia o Expresso, é possível submeter documentos em branco no âmbito dos pedidos de Autorização de Residência (AR) dos cidadãos estrangeiros em Portugal sem que o portal do SEF detete essa irregularidade, deixando o processo avançar.

A denúncia foi feita ao jornal por fonte judicial que afirmou ser possível "inventar um nome, moradas, telefones", facto que o Expresso comprovou ao simular um pedido no portal.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/portal-do-sef-permite-documentos-em-branco-para-autorizacoes-de-residencia-e-requerentes-podem-permanecer-dois-anos-com-esse-pedido

25
Mai23

Bilderberg em Lisboa (não é teoria nem conspiração, é apenas o normal funcionamento do poder)

O apartidário

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Quem dirige a nossa política e instituições?
Quem são os verdadeiros donos do mundo?
Quem são os portugueses que pertencem ou passaram por esta organização?

Sabia que apenas um mês antes de ser eleito líder do PS, José Sócrates participou numa reunião de Bilderberg? E que um ano depois era eleito primeiroministro? Ou que Durão Barroso foi convidado pouco tempo antes de ser presidente da Comissão Europeia?
Cristina Martín Jiménez, jornalista espanhola e especialista neste tema, responde a estas e a muitas outras questões num livro polémico e revelador, para quem quer conhecer uma realidade diferente e está cansado de acreditar no que dizem os políticos

 

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Não é uma teoria nem uma conspiração. É assim que as coisas acontecem. 

https://talequal.pt/bilderberg-2023/

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Oriundos de todo o mundo ocidental, os participantes nas reuniões do Grupo Bilderberg representam a globalização, nas suas esferas política, económica, militar, tecnológica e ideológica, reunindo num fórum onde não existe espaço para qualquer representação de interesses ou posições ideológicas alternativas à globalização, mesmo quando aparentemente acolhem políticos de partidos opostos, o que em última análise coloca em questão a existência de reais diferenças entre esses partidos e levanta a dúvida de saber se eles estão mais efectivamente preocupados com os problemas dos seus eleitores ou com os das grandes empresas transnacionais.

Perceber que o cerne do poder político, económico e militar já não reside no interior dos estados ajuda a explicar a vaga de descontentamento político que varre o planeta e até a compreender como o Grupo Bilderberg não pode continuar a ser visto e noticiado como uma “teoria da conspiração”; esta forma simplista e ingénua tem contribuído para o disfarçar do seu verdadeiro papel de núcleo de uma rede de conhecimento de elite, enquanto o secretismo de que se tem rodeado e a apatia e o laxismo da classe política deixam supor o pior. Se os políticos não recuperarem o papel formal e real como líderes nacionais e locais, responsáveis pelas necessidades e desejos dos seus eleitores em oposição aos das grandes empresas transnacionais, a crise global da democracia não deixará de se aprofundar.

24
Mai23

Do Progressismo ao Wokismo (uma crença ou um novo movimento progressista? )

O apartidário

O wokismo é uma crença, não é uma ideologia política

Nascido nos Estados Unidos, foi logo adoptado nos países anglo-saxónicos e só recentemente na Europa, aqui enxertado sobretudo numa extrema-esquerda vazia das suas causas sociais.

É, portanto, infalivelmente compatível com a Palavra de Deus, tudo o que você diz?  Suplico-lhe, pelas entranhas de Cristo, que admita estar enganado.
Oliver Cromwell, “Carta à Assembleia Geral da Igreja da Escócia”, 3 de agosto de 1650

  1. Convergente com a minha crónica “Rectificar os Nomes”, em que referi o wokismo como um neo-obscurantismo e como um ultra-reaccionarismo que a extrema-esquerda cavalga, trago agora a notícia de um ensaio publicado agora por um autor francês, Charles Castet, que confirma o acerto e aprofunda aquela minha dedução.
  2. O wokismo é uma crença de índole religiosa, mais precisamente um sucedâneo não teísta do desvio calvinista do cristianismo, e não o fenómeno político que vem sendo referido com o termo marxismo cultural.

É um sistema de crenças  fanáticas que se auto-descreve, usurpando, entre outros, um termo que como julgo ter demonstrado, designa o seu contrário: progressismo. Partindo, como o calvinismo,  da consciência da existência de injustiças sociais e raciais, afirma como aquele agir radicalmente para as eliminar.

 

Coloquemos o wokismo  em perspectiva – propõe Castet – evocando duas referências essenciais:

Em primeiro lugar, a filiação intelectual entre o cristianismo e o comunismo estabelecida por personalidades tão diversas como Dostoievski, Aron, Camus ou Arendt.

No prefácio de Os Irmãos Karamazov, Dostoievski escreveu que a questão do comunismo nada tinha a ver com a questão dos trabalhadores, mas era, na verdade, a criação do reino de Deus na Terra, a superação da “Torre de Babel”.

Em O ópio dos intelectuais, Raymond Aron destacou as várias afinidades perversas entre o salvador proletário colectivo em Marx e o Messias salvador colectivo na Bíblia, melhor, a semelhança entre o Partido e a Igreja.

Em L’Homme revolté, Camus disse que o comunismo é uma profecia.  Toda a profecia é justificada por revelação divina, nunca pela razão humana.

Razão tenho eu, em chamar desde há muito ao BE seita. Prega proposições que não são consistentes com a razão e revelam um carácter mórbido salvífico.

E o que aproxima o calvinismo do wokismo? “Independentemente dos pontos teológicos que parecerão incongruentes ao leitor de 2021, os regimes e soluções políticas resultantes do calvinismo (a República de Genebra, o Governo dos Santos) tinham um duplo objectivo: estabelecer o reino de Deus na Terra e a justiça total, radical.” Recordo o canibalismo com que a população liberal de Amesterdão, embriagada pelos predicantes calvinistas empenhados em levar ao poder Guilherme de Orange, esquartejou os irmãos De Witt, governantes liberais.

Para atingir esses objectivos, o sistema de governo de Calvino revestia-se das seguintes características: um controlo social sem precedentes para a época, a imposição da verdade mesmo fora das questões teológicas (e estamos perto da Sharia), uma obsessão pela exigência da pureza moral das relações sociais que se tornaram patológicas. (Se o leitor reparar, algo que remete para o discurso de pureza do BE.)

Como Stefan Zweig descreve em Conscience Against Violence, para esse rebaixamento drástico da personalidade, para esse despojamento completo do indivíduo para [suposto] benefício da comunidade, Calvino aplica um método particular, a famosa “disciplina”.  Desde a primeira hora, este organizador genial encerra o seu “rebanho”, a sua “comunidade”, numa estreita rede de artigos e proibições – as famosas “ordenanças” – e, ao mesmo tempo, cria um consistório especial para supervisionar a sua aplicação. Consistório, cuja tarefa define de forma extremamente ambígua: “Zelar pela comunidade para que Deus seja devidamente honrado.”  E  esse controlo da moral só aparentemente se limita à vida religiosa. Como resultado da conexão completa entre o temporal e o espiritual na concepção totalitária de Calvino, toda a vida privada passa a ficar automaticamente sob vigilância do Estado; é assim que os membros do Consistório, os “anciãos”, são incumbidos de  fiscalizar a existência de cada um. “Não apenas palavras, mas também opiniões e ideias devem ser observadas.”

Não dirá isto nada a quem tenha hoje um olhar livre e atento ao que começa a verificar-se politicamente entre nós?

Zweig continua: “Essa Gestapo de boas maneiras verifica tudo. Certifica-se de que os vestidos das mulheres não são nem muito compridos nem muito curtos, conta os anéis nos dedos. Na sala de jantar fiscaliza se não se junta um pedaço de carne no único prato permitido ou se não escondem doces nalgum lugar… E a inspeção alarga-se a todos os quartos. Vê se a biblioteca contém algum livro que não tenha o selo da censura consistorial, vasculha as gavetas para ver se alguma imagem sagrada ou um rosário não foi aí.”

Um século depois, na Inglaterra, durante a guerra civil, outro traço emerge, a iconoclastia. O catecismo do soldado também recomenda, nesse ano de 1644, livrar definitivamente o país das obras-primas da arte medieval ou barroca que desviam da verdadeira fé. Esta fúria destrutiva não se dirige  tanto aos edifícios, relativamente intocados, quanto às pinturas ou esculturas que representam Deus Pai, o Filho ou o Espírito Santo, sem falar nas estátuas das Virgens, dos querubins, ao Pro Nobis e outras fórmulas latinas “criminosas“ que assaltam a alma com os suas sugestões perturbadoras” (Bernard Cottret, Cromwell). Não remete ou lembra isto para fenómenos de hoje? Nessa biografia de Cromwell, Cottret descreve bem o clima de alucinação espiritual da época em que os protestantes pensavam que o Papa era o anticristo que recebia instruções directamente do diabo. Algo de que a Inquisição católica não ficou atrás.

Após a restauração da monarquia inglesa, em 1660, estes ramos do protestantismo fundaram colónias teocráticas na América, que se transfigurariam no messianismo americano, cujo poder cresceu com o surgimento dos Estados Unidos como superpotência e as sucessivas vitórias militares na Guerra da Independência, na Guerra Civil, nas duas guerras mundiais.

Animando esses grupos, manifestou-se também um pietismo pós-milenarista que conquistou áreas ianques do protestantismo do Norte na década de 1830, forma evangélica agressiva que  conquistaria o protestantismo do Sul na década de 1890 e desempenhou um papel crucial na viragem do século e durante a Primeira Guerra Mundial, impelindo os pietistas a usar os governos local, estadual e, finalmente, federal para erradicar o pecado, tornar a América, e eventualmente o mundo, sagrados, erguendo assim o Reino de Deus na Terra, vocação de algum modo presente na obsessão norte-americana de levar com o seu expansionismo económico imperial todos os povos do mundo para “o lugar certo da História”, mesmo que o não queiram. Foi crucial o papel desse protestantismo pietista nos governos estatizantes  nos Estados Unidos. O seu objectivo é a salvação dos homens e fazer o melhor significa que o Estado assuma o papel central de erradicar o pecado e tornar a América sagrada. Marcante foi um programa político elaborado pelo Conselho Federal de Igrejas (proveniente do ramo principal do protestantismo com raízes calvinistas), descrito como “superprotestante”, muito próximo do que é o wokismo de 2021.

Uma versão secularizada apareceu também no credo do amor universal das décadas 1960-1970, no movimento então dito de contra-cultura, que estaria na origem dos hippies e dos festivais cujo espírito e forma sugeriam celebrações pagãs.

E eis revelada a explicação para a origem do wokismo, lugar de onde a Europa, humanista e universalista, com uma tradição que lhe é alheia, o viria agora a importar. E por que ocultam os wokistas dos vários registos a genealogia, essa ligação directa com os puritanos dissidentes ingleses de ontem? Primeiro, porque o progresso do conhecimento torna mais credível a crença se for apresentada como fruto da razão, em vez de revestir o carácter de fé religiosa. Outra razão porque nunca admitiriam a descendência directa do calvinismo, é a afirmação da universalidade totalitária do credo, de que nenhum indivíduo no mundo pode duvidar e escapar, irredutível a qualquer religião ou ausência dela.

Mas um elemento que contradiz a universalidade do wokismo é precisamente a sua localização geográfica desigual. Nascido nos Estados Unidos, foi logo adoptado nos países anglo-saxónicos e só recentemente na Europa, aqui enxertado em heranças vagas e remotas de algo análogo, mas   sobretudo numa extrema-esquerda vazia das suas causas sociais e orfã das grandes narrativas totalitárias do século XX. Wokismo, repare-se, quase ausente na Ásia e em África, excepto na Coreia do Sul, onde um quarto da população é protestante. Esta origem é confirmada pelo itinerário da irradiação cartográfica do movimento na Europa: Reino Unido, Holanda, Norte da Alemanha e Escandinávia, só depois a França (que porventura não seria como está a ser se não se lhe juntasse uma ligação que à frente referirei), Espanha, Itália e outros países da Europa Central e Oriental. E é quase inexistente noutros lugares, com a resistência total última na China.

Os discursos woquistas seguem o mesmo padrão do discurso da atriz activista Adèle Haenel. Está lá tudo: culpa, angústia – que eu referi, recentemente, como característico do discurso pregador do BE e dos seus dirigentes, em Louçã caricatural: culpa, arrependimento, desejo de absolvição, esperança de se livrar do pecado, construção individual da salvação, busca pela justiça na sua expressão maior, e, finalmente, a conversão.

E é exactamente tudo isto –  voilà! – que aproxima o wokismo e o novo esquerdismo ultra-reaccionário do…  integrismo islamista, com a sobreposição da lei religiosa e civil. Uma ligação que não é, afinal, contra-natura (como seria no caso da extrema-esquerda marxista original), mas  se revela à luz que referi, bem natural.

Para terminar, pergunta Castet, “o que devemos fazer?” Neste tempo, acrescento eu, em que vivemos assombrados por movimentos com a  origem e a natureza referidas e um cariz que os aproxima cada vez mais, no objectivo e nos métodos, de uma realidade como a do nazismo? Em que o debate racional que podia ser libertador está a ser progressivamente interdito?

“O que fazer numa perspectiva liberal?” Recolhermo-nos, qual  Montaigne, a uma torre que já não se vê onde encontrarmos (ver no Observador o meu artigo “Da Torre de Montaigne“)? Ou erguer a palavra da resistência e liberdade, como Raymond Aron ergueu nos anos 1950?

 
24
Mai23

Frases Pertinentes 9

O apartidário

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O Presidente chinês, Xi Jinping, disse hoje que a China está disposta a "manter um firme apoio mútuo à Rússia" em questões relacionadas com os "interesses fundamentais" dos dois países, num encontro com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin.

 Jinping apelou ainda a Moscovo para que “continue a enriquecer a parceria estratégica que une os dois países” e a “fazer com que a cooperação atinja patamares mais elevados em vários domínios”.

“Também devemos fortalecer a nossa cooperação em várias áreas através das Nações Unidas, dos BRICS [bloco que integra cinco economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], da Organização de Cooperação de Xangai ou do G20 [as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia]”, acrescentou o líder chinês.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/china-vai-manter-firme-apoio-a-russia-nas-questoes-fundamentais-afirma-xi-jinping

17
Mai23

A Realidade Ainda Não Ultrapassou a Ficção ( ou talvez não estejamos a ver bem o "filme")

O apartidário

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1984 é um livro escrito por Eric Arthur Blair sobre o pseudônimo de George Orwell. Escrito em 1948, é uma história futurista e distópica. A história se passa em Londres, Oceânia, um Estado dominado pelo Partido do Grande Irmão, um governo sufocante e totalitário. Winston, o personagem principal é um membro do Partido, uma das pessoas que são controladas 24 horas por dia por um aparelho instalado em todas as casas chamado Teletela. A teletela não só transmite 24 horas por dia a programação do Partido, como monitoriza áudio e visualmente todos os moradores. Passar muito tempo sozinho, falar sozinho, escrever, conversar sobre alguns assuntos ou até a expressão facial de tristeza pode ser sinal de traição ao Partido. Há por todos os lados membros encarregados de vigiar os outros – A chamada Polícia das Ideias. A sociedade é dividida em três "castas": O Núcleo do Partido, os membros do Partido e os Proletas. O mundo vive em Guerra constante com a Lestásia ou a Eurásia, duas outras superpotências mundiais.

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Eric Arthur Blair mais conhecido pelo seu pseudónimo George Orwell foi um escritor e jornalista inglês, um dos mais importantes do seu tempo, e nasceu a 25 de Junho de 1903, em Moihari, Índia Britânica, faria agora 112 anos.

O seu triunfo é marcado pela escrita de obras visionárias, entre elas Animal Farm de 1945, e 1984 no ano de 1948; notório pela luta activa através da sua escrita, que denunciava algumas nuances do mundo onde se vivia, uma luta constante contra o: fascismo, o comunismo, imperialismo e totalitarismo.

Desde cedo que se demonstra desencantado pela sociedade onde habitava, separando o intelectualismo e o artificialismo contido nele. Dizia-se que era lembrado por apresentar uma face desolada com uma figura lívida e um excesso de preocupação em enfrentar-se a si mesmo.

A sua grande obra-prima foca-se no "romance" 1984 que ganha grande popularidade em 1949, ano em que o livro foi publicado. Trata-se de um meio de protesto, uma distopia que se auxilia sobre a ideia que todos os seres humanos encontram-se sob controlo, seja através da tecnologia, ou mesmo pelos governos totalitaristas. Mas se alguém proclama que “tudo é por uma boa causa” e não reconhece os sintomas funestos, na realidade só ajuda a fortificar o totalitarismo.

Mais aqui https://umbigomagazine.com/um/2015-12-12/george-orwell-e-o-seculo-xx.html

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Depois disto talvez ainda não estejamos a ver bem o "filme". Então vamos experimentar aqui https://novomundo111.blogspot.com/2022/04/a-realidade-por-tras-das-narrativas.html

16
Mai23

A Revolução Moderna e a Cultura do Cancelamento

O apartidário

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Do capítulo 25 do livro Manual do Bom Cidadão (imagem acima) 

"Há quem situe a aparição do politicamente correcto nas controvérsias surgidas nas universidades norte-americanas em fins dos anos 80 e princípios dos  anos 90 do século passado quando, em 1991,a New York Magazine dedicou a sua capa ao fenómeno, então novo, junto a um artigo de John Taylor intitulado "Are You Politically Correct? " . Foram os anos em que começaram a sanear-se os programas de Humanidades para os aligeirar das obras daqueles a quem se deu por qualificar de "homens velhos brancos" (três traços que condenam irremissivelmente alguém ao caixote de lixo da história, segundo os critérios dos adeptos desta peculiar "diversidade"). Saneamentos que uma das testemunhas da sua emergência,o historiador François Furet,não duvidava em qualificar como "a última tentativa das utopias de regeneração da sociedade". 

( do capítulo 2 do Manual do Bom Cidadão) 

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"Mas se há um âmbito em que a virulência do politicamente correcto e a agressividade da cultura do cancelamento atingiram níveis extremos, é sem dúvida alguma o que rodeia a chamada "revolução trans", um derivado da ideologia  de género que pretende levar às suas últimas consequências lógicas a premissa de que a biologia é completamente irrelevante em questões de género e que cada qual pode autodeterminar-se como lhe dê na cabeça. Para  a ideologia de  género , uma pessoa pode acordar sendo um aborrecido cisgénero,passa a genderqueer à hora de almoço ,transexual ao lanche,andrógeno ao jantar e deitar-se sendo um cisgénero de sempre.  Recrudesce assim, a batalha pela linguagem que passou a ser característica dos nossos tempos, pois quem decide exercer essa autodeterminação de género precisa de que se lhe reconheçam em público as suas pretensões .  Se o efeito colateral  é aquilo que se denomina "apagar as mulheres"(a erradicação do termo "mulher",pois não seria "inclusivo" em relação aos Trans),pouca sorte.    Por isso, em vez de "mulheres" ou  "mães" ,teríamos agora  de usar a expressão "pessoas que dão à luz".  Shalanda Young, directora de orçamento  do presidente Joe Biden, questionada sobre o motivo por que emprega esta curiosa expressão respondeu que "a nossa linguagem deve ser mais inclusiva".  No disparatado afã por reconhecer todas as supostas e crescentes "identidades de género", está a tentar-se apagar a realidade biológica e quem quer que lhe faça frente é acossado,maltratado e cancelado.   Uma coisa de que poderia falar-nos Milli Hill,uma feminista de primeira, fundadora no Reino Unido do "Positive Birth Movement". Em novembro de 2020 ,teve a ideia de publicar uma entrada no Instagram sobre o que ela denomina "violência obstétrica"(que por sinal atribui a uma conspiração do patriarcado),em que adverte que quem a sofria eram mulheres, não "pessoas que dão à luz" . Em má hora. Caiu sobre Hill uma avalancha de protestos ,advertindo-a de que, segundo a doxa correcta ,essa violência pode ser sofrida por quem quer que seja, (bom, não tanto, só mulheres, trans e não-binários ). Não havia dúvidas: Hill era uma inimiga dos LGBTQ. Apareceram ,inclusivamente,posts a atacar quem guardara silêncio e ainda não a denunciara.    Para agravar a questão, Milli Hill publicara em 2019 um livro intitulado Give Birth Like a Feminist ( Dá à luz como uma feminista). Numa nova reedição daquela lei histórica segundo a qual a revolução "devora os seus filhos" , o livro de Hill passou de repente a ser apodado nada menos do que de "transfóbico,tóxico,perigoso,odioso e vil". Pouco depois, a organização Birthrights,para a qual  Hill trabalhava havia quase uma década,incapaz de resistir à pressão,prescindia dos seus serviços ." 

( do capítulo 17 do livro  Manual do Bom Cidadão) 

Mais do livro mencionado aqui https://novomundo111.blogs.sapo.pt/o-totalitarismo-transfiguradodo-10807

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